A NATUREZA DOS ANJOS
Não são seres humanos glorificados
Em Mateus 22.30 está escrito “que seremos como
anjos”, mas não diz que seremos anjos. No futuro, os crentes hão de julgar os
anjos “Não sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas
pertencentes a esta vida? (1Co 6.3). Embora havemos de julgar os anjos maus,
isso é diferente de dizer que seremos anjos. As “incontáveis hostes de anjos”
são diferenciadas dos “espíritos dos justos aperfeiçoados” (Hb 12.22,23).
Não são os filhos de Deus em Gênesis seis
Os anjos são chamados “Filhos de Deus” no Velho
Testamento nas referências de Jó 1.6; 2.1; 38.7. Deve ser observado, porém,
que, apesar de serem assim chamados, os homens também o foram (Lc 3.38; Jo
1.12; 1Jo 5.1-2). A palavra original é “Benai-Elohim” - filhos de Deus.
Que os filhos de Deus se refere aos anjos, neste
texto de Gn 6, é a posição tomada por Josefo, Filo Judeus e os autores do Livro
de Enoque e do Testamento dos Doze Patriarcas. Era a posição geralmente aceita
pelos judeus eruditos dos primeiros séculos da era cristã. A impressão que
geraram “gigantes” foi da Septuaginta (LXX), que também traduziu todos os
manuscritos, substituindo “filhos de Deus” por “anjos de Deus” em Gn 6; Jó 1.6
e 2.1, e por meus anjos” em Jó 38.7.
“...Estes eram os valentes que houve na
antigüidade, os homens de fama” (Gn 6.4). Filhos do relacionamento entre “os
filhos de Deus” com as “filhas dos homens”..
Teoria equivocada de que os “filhos de Deus” eram anjos
a) As referências de Jó 1.6;
2.1; 38.7.
b) A relação anormal
produziu gigantes impiedosos.
c) Anjos podem aparecer como
homens (Gn 19.1,5); ou em homens (Mc 1.23-26; Mc 5.13).
“Os filhos de Deus e as filhas dos homens são homens e mulheres, mas foram
possessos por demônios”.
d) Em Mt 22.30, o Senhor
estava apenas explicando que os anjos não se reproduzem como os humanos. Não há
prova que os anjos não têm sexo. Nos originais, a palavra anjos, sempre é no
gênero masculino. Alguém explica que os anjos não se reproduzem porque não
existe “anjas”.
e) As referências associadas
com Judas 6; 1Pd 3.8-20; 2Pd 2.4-6.
f) Esta teoria foi
assegurada por historiadores como Josefo e Plínio.
g) Os livros apócrifos (3
deles), asseguram esta posição.
h) É considerado que houve
duas quedas dos anjos, uma quando Satanás liderou a rebelião, antes da queda do
homem e outra em Gn 6 (teoria defendida por Clarence Larkin).
Teoria de que os “filhos de Deus” não eram os anjos e sim os
descendentes de Sete
Em Gênesis 6 encontramos a corrupção geral do
gênero humano bem como um protesto de Deus contra os casamentos entre os da
linhagem reta de Sete e os da linhagem ímpia de Caim. Eis o texto: v.1 “E
aconteceu que, como os homens começaram a multiplicar-se sobre a face da terra,
e lhes nasceram filhas, viram os filhos de Deus que as filhas dos homens eram
formosas; e tomaram para si mulheres de todas as que escolheram. Então, disse o
SENHOR: Não contenderá o meu Espírito para sempre com o homem, porque ele
também é carne; porém os seus dias serão cento e vinte anos”.
Esses filhos de Deus, sem dúvida, não eram
anjos como teorizam alguns, mas, descendentes da linhagem piedosa de Sete (Dt
14.1; Sl 73.15; Os 1.10); eles deram início aos casamentos mistos com as filhas
dos homens, isto é, mulheres da família ímpia de Caim.
A teoria de que os
filhos de Deus eram anjos, não subsiste ante as palavras de Jesus, que os anjos
não se casam (Mt 22.30; Mc 12.25). Essa união entre os justos e os ímpios levou
à maldade do versículo 5, isto é, os justos passaram a uma vivência iníqua.
Como resultado, a terra corrompeu-se e encheu-se de violência. Observemos
alguns pontos que invalidam a teoria de que os filhos de Deus neste eram anjos:
a) Se anjos de fato se
relacionam sexualmente com mulheres, este é um prodígio espetacular da história
que viola as normas da natureza, e não há nada na Bíblia que diga que anjos têm
poderes sexuais.
b) Em Gn 6, encontramos em
seu contexto a seqüência do termo “homem”, vv 1,2,3.
c) A distinção entre os “filhos de Deus” e Satanás
nos textos de Jó 1.6; 2.1 de modo que, claramente entendemos que o título
“filhos de Deus” não se refere aos anjos caídos.
d) Se esta relação entre
anjos e mulheres gerou os “nefilins-gigantes”, como se explica a presença
destes, antes deste ato, e depois do dilúvio em Nm 13.33?
e) A linguagem de Gn 6.2 é
normal para expressar relação entre humanos.
f) Os textos do Novo
Testamento não provam que são anjos: (a) 1Pd 3.18-20 não menciona nada sobre
estes “espíritos em prisão” serem anjos, pelo contrário, o contexto indica
homens (1Pd 4.6); (b) 2Pd 2.4 e Judas 6,7 são referências de anjos, mas não
provam que estiveram envolvidos em Gn 6.
g) Os livros apócrifos,
provavelmente foram produzidos pelos essênios, os quais adotaram a
interpretação angélica. E tão somente pelo fato de serem apócrifos, isso lhes
nega toda autenticidade em termo de canonicidade. 3.3.
São seres espirituais
Os anjos são descritos espíritos, porque diferentes
dos homens, eles não estão limitados às condições naturais e físicas. Aparecem
e desaparecem, e movimentam-se com uma rapidez imperceptível sem usar meios
naturais. Apesar de serem espíritos, têm o poder de assumir a forma de corpos
humanos a fim de tornar visível sua presença aos sentidos do homem (Gn 19.1-3).
São espíritos invisíveis
Os anjos são reais, mas nem sempre visíveis (Hb
12.22). Embora Deus ocasionalmente lhes conceda a visibilidade (Gn 19.1-22),
são espíritos invisíveis (Sl 104.4; Hb 1.7,14).Vejamos o Sl 104.4: “Fazes a
teus anjos ventos”, citado em Hb 1.7. Observe também Hb 1.14; “Não são todos
eles espíritos ministradores enviados para serviços, a favor dos que hão de
herdar a salvação”?
Possuem corpos espirituais
Com demasiada freqüência o problema é confundido pela imposição aos
seres espirituais daquelas limitações que pertencem à humanidade. Para os
santos no céu foi prometido um “corpo espiritual” (1Co 15.44). Há muitos tipos
de corpos até mesmo na Terra, o Apóstolo declara (1Co 15.39,40) e prossegue
dizendo que também há corpos celestiais e corpos terrestres. Não podemos dizer
que não há corpos celestiais apenas porque o homem não
tem poder de discernir
esses corpos.
Os espíritos têm uma forma definida de organização que está
adaptada à lei de sua existência. Eles são finitos e espaciais. Tudo isto é
verdade embora eles estejam muito afastados desta economia do mundo. Eles têm a
capacidade de se aproximar da esfera da vida humana, mas o fato de maneira
nenhuma lhes impõe a conformidade com a existência humana. O aparecimento de
anjos pode ser, quando a ocasião exige, com a aparência de homens, de modo que
eles se passam por homens.
Como poderíamos explicar de outra maneira que alguns
“... sem o saber acolheram anjos...” (Hb 13.2)? Por outro lado, seu
aparecimento às vezes é deslumbrante e glorioso (Mt 28.2-4). Quando Cristo
declarou: “...um espírito não tem carne nem ossos, como vedes que eu tenho...”
(Lc 24.37-39), Ele não quis dizer que um espírito não tem corpo algum, mas,
antes, que os espíritos têm corpos constitucionalmente diferentes dos corpos
dos homens
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